- Que surpresa encontrá-lo agora, nossa, lá se vão tantos anos. E que espanto encontrá-lo em público, afinal das últimas vezes sempre foi na surdina, de portas fechadas, entre quatro paredes.
- E ai, o que tem feito da vida depois que a menina ganhou o mundo? Ficas no fundo do armário ou tem outras meninas a quem tu enganas?
- Pois é, descobri os seus truques, não preciso de ti pra lembrar o passado. Lembro com dor cada momento triste e nem preciso ver do embrulho da bala pra recordar o gosto doce do beijo daquele menino... E o que não me lembro, nem era tão importante.
- E a sua mania de me convencer que tudo era segredo e que seria melhor não contar a ninguém. Quanta coisa boba tive que esconder e quantas não deixei acontecer já que não havia quem pudesse saber.
- Oh, não me interprete mal, sei que me foi muito útil, por ouvir em silêncio as minhas lamúrias, por tolerar minhas crises de infantilidade, por ser uma forma de elaborar o meu mundo e digerir o que me acontecia.
- Quer saber, ainda lembro com graça daquela que era e do mundo a que vocês pertenciam.
- Espero que tenha gostado de ver que a menina cresceu, que já sonha outros sonhos... Talvez sem ter se tornado nada do que sonhava ou queria. Mas que ela cai e levanta, é alguém importante e cheia de vida. Que já não busca um príncipe, mas está feliz com um homem encantando...
- Ah, você está com pressa. Mas vamos fazer o seguinte, aparece mais tarde, pra eu tomar um café e te contar o resto...
Vivi Lima
Aquilo que toca:
"Se eu te pudesse dizer
O que nunca te direi
Tu terias que entender
Aquilo que nem eu sei."
Fernando Pessoa
- E ai, o que tem feito da vida depois que a menina ganhou o mundo? Ficas no fundo do armário ou tem outras meninas a quem tu enganas?
- Pois é, descobri os seus truques, não preciso de ti pra lembrar o passado. Lembro com dor cada momento triste e nem preciso ver do embrulho da bala pra recordar o gosto doce do beijo daquele menino... E o que não me lembro, nem era tão importante.
- E a sua mania de me convencer que tudo era segredo e que seria melhor não contar a ninguém. Quanta coisa boba tive que esconder e quantas não deixei acontecer já que não havia quem pudesse saber.
- Oh, não me interprete mal, sei que me foi muito útil, por ouvir em silêncio as minhas lamúrias, por tolerar minhas crises de infantilidade, por ser uma forma de elaborar o meu mundo e digerir o que me acontecia.
- Quer saber, ainda lembro com graça daquela que era e do mundo a que vocês pertenciam.
- Espero que tenha gostado de ver que a menina cresceu, que já sonha outros sonhos... Talvez sem ter se tornado nada do que sonhava ou queria. Mas que ela cai e levanta, é alguém importante e cheia de vida. Que já não busca um príncipe, mas está feliz com um homem encantando...
- Ah, você está com pressa. Mas vamos fazer o seguinte, aparece mais tarde, pra eu tomar um café e te contar o resto...
Vivi Lima
Aquilo que toca:
"Se eu te pudesse dizer
O que nunca te direi
Tu terias que entender
Aquilo que nem eu sei."
Fernando Pessoa