terça-feira, 24 de fevereiro de 2009

Querido Diário.

- Que surpresa encontrá-lo agora, nossa, lá se vão tantos anos. E que espanto encontrá-lo em público, afinal das últimas vezes sempre foi na surdina, de portas fechadas, entre quatro paredes.

- E ai, o que tem feito da vida depois que a menina ganhou o mundo? Ficas no fundo do armário ou tem outras meninas a quem tu enganas?

- Pois é, descobri os seus truques, não preciso de ti pra lembrar o passado. Lembro com dor cada momento triste e nem preciso ver do embrulho da bala pra recordar o gosto doce do beijo daquele menino... E o que não me lembro, nem era tão importante.

- E a sua mania de me convencer que tudo era segredo e que seria melhor não contar a ninguém. Quanta coisa boba tive que esconder e quantas não deixei acontecer já que não havia quem pudesse saber.

- Oh, não me interprete mal, sei que me foi muito útil, por ouvir em silêncio as minhas lamúrias, por tolerar minhas crises de infantilidade, por ser uma forma de elaborar o meu mundo e digerir o que me acontecia.

- Quer saber, ainda lembro com graça daquela que era e do mundo a que vocês pertenciam.

- Espero que tenha gostado de ver que a menina cresceu, que já sonha outros sonhos... Talvez sem ter se tornado nada do que sonhava ou queria. Mas que ela cai e levanta, é alguém importante e cheia de vida. Que já não busca um príncipe, mas está feliz com um homem encantando...

- Ah, você está com pressa. Mas vamos fazer o seguinte, aparece mais tarde, pra eu tomar um café e te contar o resto...

Vivi Lima

Aquilo que toca:
"Se eu te pudesse dizer
O que nunca te direi
Tu terias que entender
Aquilo que nem eu sei."
Fernando Pessoa

quinta-feira, 5 de fevereiro de 2009

Vivi: vivi, ouvi e criei

Sempre achei difícil começar... novo emprego me deixa aflita, novo relacionamento insegura, novo curso ansiosa, novas amizades, bem, essas eu nunca sei realmente quando alcançaram esse status.

No entanto, tudo começa um dia, começarei então, me apresentando: Viviane, 27 anos, psicóloga.

A maioria me chama de Vivi, alguns me chamam de Vivinha, né Carlinhos? Os 27 anos foram muito bem vividos, embora às vezes me sinta com bem menos idade, como uma criança mesmo, ou adolescente, e ainda há momentos de distinção de uma senhora, reconheço que esses momentos são mais raros que os outros. E a psicologia, ah, essa é a maior de todas as paixões.

Esse blog que aqui se faz, após muita relutância, não tem um objetivo único, é apenas pra reunir impressões e pensamentos, histórias que vivi, ouvi ou criei.

Muito prazer em conhecer você! Muito prazer mesmo, afinal talvez seja um dos maiores prazeres: conhecer pessoas...